No
início do século XIX, os norte-americanos carregando o fardo dado a eles por
Deus, marcham rumo a Oeste. Tal expansão tem por consequência a regeneração
económica e espiritual da nação, por outro lado, enquanto o Império da
Liberdade ganhava corpo, a escravidão se entranhava em solo estadunidense. A
expansão em conjunto com as transformações de Mercado, traz um apelo por parte
da população por participação democrática. No parlamento, os debates esquentam
e, a partir de 1820, a escravidão começa a ganhar protagonismo, de começo o
norte acreditava num movimento paulatino de libertação dos escravos,
consequência do fim do comércio internacional de escravos e, o sul por sua vez,
via na escravidão um mal necessário. No entanto, o compromisso do Missouri
deixa claro toda a situação complexa por detrás da escravidão no período.
Na
medida que determinada região atingia o número necessário de habitantes (80
mil) para entrar na união, ela era anexada de modo que equilibrasse a balança
entre sul e norte no Senado. Nesse sentido, o compromisso de Missouri foi
estabelecido criando um acordo em torno dos países que surgiam a oeste. O
compromisso do Missouri deixa claro que a escravidão não era uma instituição
arcaica, como se via. É necessário recordarmos que nesse momento estava em vigor
a cláusula dos ⅗ ,
que contava cada escravo como o equivalente a 3/5 de uma pessoa, com o objetivo
de distribuir proporcionalmente a representação no Congresso, assim a
escravidão foi se estabelecendo como um forte lobby no congresso. Diante da
força financeira e tecnológica do norte, o sul se apossa do Estado e desenvolve
uma “política de espólios”. É nesse contexto que surge a figura de Andrew
Jackson.
Nascido
em Waxhaws, região localizada entre as duas Carolinas, em 15 de Março de 1767,
Andrew Jackson fora considerado um herói de guerra americano, quando em 1812,
vencera um combate contra os ingleses. Em 1829, leva os Democratas ao poder e
faz deles uma força hegemônica. Jackson entra para a História como o primeiro
presidente advindo de um Estado que não fazia parte das 13 colônias que entram
em choque com a metrópole em 1776 e também, como o primeiro a ser eleito por
meio de uma grande campanha eleitoral.
Uma
vez no poder, vai expandir a franquia do voto, abrindo alas para uma sociedade
mais igualitária, busca articular os interesses dos setores mais abrangentes da
sociedade, tanto norte, quanto sul. O Período Jacksoniano é marcado por uma
postura contra o banco central, que segundo ele, obtinha privilégio econômico
indevido; pela ocupação de territórios mexicanos; fornecimento de subsídios à
indústria e uma centralização do executivo. Jackson manteve arrefecida a
discussão seccionista, de modo que proíbe a discussão em torno da escravidão no
congresso, consolidou a democracia de massas, adotando uma postura mais clientelista
em detrimento dos debates públicos, buscando coalizões locais no lugar de
instituições nacionais.
Old
Hickory, como era conhecido, vai sofrer a oposição dos Whigs, que alegavam
defender as liberdades populares contra a usurpação por parte do presidente.
Teve que se desdobrar para lidar com o que ficou conhecido como “Crise da
Nulificação” (1832), onde a Carolina do Sul recusa recolher impostos sobre a
importação, acusando o governo de despotismo.
Na
medida em que se desenvolvia a expansão, Jackson entra em conflitos com os
povos indígenas que habitavam os lugares desejados, muitas tribos tiveram que
deixar suas terras, sendo remanejadas para outros locais. O modo utilizado por
Jackson para tal medida não foi dos mais amigáveis, isso somado a uma série de
atitudes questionáveis, acabou manchando a sua imagem, o que ajudou a ser
escolhido para ceder seu lugar na nota de vinte dólares para Harriet Tubman,
uma ex-escrava, heroína da guerra de Secessão.
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